Este trabalho, que se concentra na área de Estudo de Processos Linguísticos, na linha de
pesquisa Estudo dos Processos de Significação do Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu
em Linguística da Universidade do Estado de Mato Grosso (UNEMAT), busca compreender
como os nomes de origem indígena se articulam e significam nas formações nominais de
cidades/municípios de Mato Grosso oficializadas no século XX. Para o desenvolvimento desta
proposta, filiamo-nos ao aporte teórico e metodológico desenvolvido por Dias (2016, 2018a,
2018b), na perspectiva da Semântica da Enunciação. Essa orientação teórica nos oportuniza
abordar as razões enunciativas das articulações contraídas pelas formações nominais nos
acontecimentos de linguagem que criam esses nomes. A perspectiva de acontecimento de
linguagem vincula-se ao aporte teórico da Semântica do Acontecimento, desenvolvido por
Guimarães (2005a, 2018), para discorrer sobre a constituição do espaço de enunciação no
Brasil. Para as análises foram selecionadas 40 formações nominais que articulam nomes de
origem indígena em suas composições levando em consideração os distintos modos de
formação: nomes com unidades simples, nomes compostos e nomes híbridos, e duas formações
nominais que se apresentaram no processo de nomeação e renomeação do município de São
José do Xingu. Tomamos como material analítico um conjunto de recortes de textos
historiográficos coletados de bibliografia impressas e digitais e recortes de textos oficiais
contemplados em diários, ofícios e mapas. Como procedimento de análise, mobilizamos a
organização de enunciados dispostos em redes enunciativas (DIAS, 2018a), tomadas como rede
de sentidos, que podem demonstrar a heterogeneidade das relações históricas e sociais que
afetam a enunciação desses nomes. Como resultado, mostramos que a significação dos nomes
indígenas nas formações nominais é mobilizada por perspectivas de sentidos que se dispersam
entre os domínios dos referenciais históricos e das pertinências enunciativas.
Palavras-chave: Formação Nominal; Articulação; Perspectiva de sentidos; Nomes indígenas.
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